quarta-feira, 12 de junho de 2013

Para que serve uma relação?




Definição mais simples e exata sobre o sentido de mantermos uma relação?
"Uma relação tem que servir para tornar a vida dos dois mais fácil".
Vou dar continuidade a esta afirmação porque o assunto é bom, e merece ser desenvolvido.
Algumas pessoas mantém relações para se sentirem integradas na sociedade, para provarem a si mesmas que são capazes de ser amadas, para evitar a solidão, por dinheiro ou por preguiça. Todos fadados à frustração.Uma armadilha.
Uma relação tem que servir para você se sentir 100% à vontade com outra pessoa, à vontade para concordar com ela e discordar dela, para ter sexo sem não-me-toques ou para cair no sono logo após o jantar, pregado.
Uma relação tem que servir para você ter com quem ir ao cinema de mãos dadas, para ter alguém que instale o som novo, enquanto você prepara uma omelete, para ter alguém com quem viajar para um país distante, para ter alguém com quem ficar em silêncio, sem que nenhum dos dois se incomode com isso.
Uma relação tem que servir para, às vezes, estimular você a se produzir, e, quase sempre, estimular você a ser do jeito que é, de cara lavada uma pessoa bonita a seu modo.
Uma relação tem que servir para um e outro se sentirem amparados nas suas inquietações, para ensinar a confiar, a respeitar as diferenças que há entre as pessoas, e deve servir para fazer os dois se divertirem demais, mesmo em casa, principalmente em casa.
Uma relação tem que servir para cobrir as despesas um do outro num momento de aperto, e cobrir as dores um do outro num momento de melancolia, e cobrirem o corpo um do outro, quando o cobertor cair.
Uma relação tem que servir para um acompanhar o outro no médico, para um perdoar as fraquezas do outro, para um abrir a garrafa de vinho e para o outro abrir o jogo, e para os dois abrirem-se para o mundo, cientes de que o mundo não se resume aos dois.

Dr. Drauzio Varela

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Schopenhauer

 
 

As cenas de nossa vida são como imagens em um mosaico tosco; vistas de perto, não produzem efeitos – devem ser vistas à distância para ser possível discernir sua beleza. Assim, conquistar algo que desejamos significa descobrir quão vazio e inútil este algo é; estamos sempre vivendo na expectativa de coisas melhores, enquanto, ao mesmo tempo, comumente nos arrependemos e desejamos aquilo que pertence ao passado. Aceitamos o presente como algo que é apenas temporário e o consideramos como um meio para atingir nosso objetivo. Deste modo, se olharem para trás no fim de suas vidas, a maior parte das pessoas perceberá que viveram-nas ad interim [provisoriamente]: ficarão surpresas ao descobrir que aquilo que deixaram passar despercebido e sem proveito era precisamente sua vida – isto é, a vida na expectativa da qual passaram todo o seu tempo. Então se pode dizer que o homem, via de regra, é enganado pela esperança até dançar nos braços da morte!

Schopenhauer.
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dia de Jano


Aproxima-se o dia de Jano (primeiro dia de Janeiro), o romano deus dos portões que possuía duas faces, uma voltada para a frente (visualizando o futuro) e a outra voltada para trás (observando o passado). Enfim chegamos ao tempo de avaliação do ano que passou e de formulações de planos ou promessas para os 365 dias vindouros.  Confesso que algumas vezes, esta foi, para mim, uma época de angústias. Felizmente esta situação não é uma regra, e neste momento sou grata ao universo e a mim mesma pelo ano que passou. 

Ao final de 2011, tive que retroceder alguns passos na minha caminhada, e reagi à esta situação, que ocorreu fora de meu controle, com muita ansiedade. Porém determinei a mim mesma aceitar as coisas como elas estavam se apresentando, e crer que a situação em que eu me encontrava era exatamente o "como" e "onde" eu deveria estar. Ao contrário do que possa parecer, esta não foi uma posição de acomodação.

Eu me encontrava descontente em relação a alguns aspectos da minha vida e resolvi que iria dar o primeiro passo no sentido de modificá-las.  Para alguns menos otimistas pode ser até inacreditável, mas bastou o primeiro passo para que as mudanças fossem acontecendo. Aliás, acredito que o início desta transformação foi aceitar as coisas como elas eram, e principalmente, reconhecer que eu queria e tinha o poder de mudar.
Durante todo o ano eu me mantive nesta postura de aceitação, ao mesmo tempo oferecendo oportunidade para o novo e alerta para reconhecer as oportunidades. 

Atualmente me encontro em uma posição em que jamais imaginaria estar, há um ano atrás. Apesar de ainda não ter resolvido todos os meus problemas, e não ser feliz em tempo integral, meus objetivos foram alcançados além do determinado. Colocar meus planos no papel, com metas específicas e datas para serem concluídas me ajudou muito, mas acredito que o ponto principal foi a mudança na minha maneira de pensar.
Simplesmente mudei o foco da minha atenção, dando mais importância para os aspectos positivos da vida e de mim mesma, agradecendo diariamente por todas as coisas boas que eu já havia conquistado e acreditando possuir total capacidade de realizar tudo o que eu tinha planejado.

Hoje meus pensamentos insistiram em me perguntar o que eu quero para mim no próximo ano. Acredito que será um período mais tranquilo, onde consolidarei as mudanças ocorridas e os espaços conquistados. Meus maiores desejos são saúde, energia e organização. Como acredito que somos responsáveis pela vida que temos, em todos os sentidos, sei que esta conquista também depende em grande parte de mim mesma. Portanto meu foco para 2013 será uma boa alimentação, exercícios físicos frequentes e muita meditação. Além de continuar mantendo uma atitude positiva e de aceitação perante a vida, pois sinto que ainda vem muita coisa boa por aí.

Dayse Rodrigues

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Amor pra Recomeçar

Feliz aniversário para mim!





Amor pra Recomeçar
(Frejat)

Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...

E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Prá você não deixar
De duvidar...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar...

Eu desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A condição básica para a felicidade




"A condição básica para a felicidade é a liberdade.
Não estamos nos referindo à liberdade política, e sim à liberdade que conquistamos quando nos libertamos da raiva, do desespero, do ciúme e das ilusões. Buddha os descreveu como venenos. Enquanto eles estão em nosso coração, é impossível ser feliz."

Thich Nhat Hanh.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

ISTO TAMBÉM PASSARÁ




Havia, certa vez, um rei sábio e bom, que já se encontrava no fim de sua vida. Certo dia, pressentindo a chegada da morte, chamou seu único filho, que o sucederia no trono, tirou do dedo um anel e deu-o a ele dizendo:
- Meu filho, quando fores rei, leva sempre contigo este anel. Nele há uma inscrição. Quando estiveres vivendo situações extremas de glória ou de dor, tira-o e lê o que há nele.

E o rei morreu, e seu filho passou a reinar em seu lugar, sempre usando o anel que o pai lhe deixara. Passado algum tempo, surgiram conflitos com um reino vizinho, que acabaram culminando numa terrível guerra. O jovem rei, à frente do seu exército partiu para enfrentar o inimigo. No auge da batalha, seus companheiros lutavam bravamente; mortos, feridos, tristeza, dor, o rei lembra-se do anel; tira-o e lê a inscrição:

ISTO TAMBÉM PASSARÁ.

E ele continua a luta. Perde batalhas, vence outras tantas, mas ao final, sai vitorioso. Retorna, então, ao seu reino e, coberto de glória, entra em triunfo na cidade. O povo o aclama. Neste momento ele se lembra do seu velho e sábio pai. Tira o anel e lê:

ISTO TAMBÉM PASSARÁ.

"Tudo é impermanente. Tudo que está sujeito ao surgimento está sujeito à cessação".
(Buda)

A compreensão da impermanência nos proporciona confiança, paz e alegria. A impermanência não conduz obrigatoriamente ao sofrimento. Sem ela, a vida não existiria. Sem a impermanência, sua filha não cresceria e se tornaria uma linda mulher. Sem a impermanência, os regimes políticos opressivos nunca mudariam. Mas nós achamos que a impermanência nos faz sofrer. O Budha deu o exemplo do cachorro que foi atingido por uma pedra e ficou zangado com a pedra. Não é a impermanência que nos faz sofrer, mas sim o desejo de que as coisas sejam permanentes, quando na verdade não são.
(Thich Nhat Hanh; The Heart of the Buddha's Teaching)

Texto publicado anteriormente em: https://www.facebook.com/centrozenfloripa

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Me arrependo de coisas que disse




"Me arrependo de coisas que disse, mas jamais do meu silêncio".


Pense em alguém poderoso.


Essa pessoa briga e grita como uma galinha ou olha em calmo silêncio, como um lobo? Lobos não gritam. Eles têm uma aura de força e poder. Observam em silêncio. Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.


Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.


O erro não dito é um silencioso correto.


Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos. Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis. Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota. Olhe. Sorria. Silencie. Vá em frente.


Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar. Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.


Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) idéia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques. Não é verdade. Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir. Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal. Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.


Você pode escolher o silêncio.


Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenócrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar: "me arrependo de coisas que disse, mas jamais de meu silêncio”.


Durante os próximos sete dias, responda com o silêncio, quando for necessário. Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais. Use principalmente o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não ter que responder em alguns momentos. Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas. E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.


Aldo Novak.


Publicado inicialmente em: http://pensandozen.blogspot.com.br/2008/03/me-arrependo-de-coisas-que-disse.html

Para saber mais: http://adilsonmaestri.blogspot.com.br/2012/06/impecabilidade-da-palavra.html#links